Sem contrato fixo com a Globo desde 2020, Antonio Fagundes estará no ar em dose dupla a partir de 1º de setembro. O ator poderá ser visto simultaneamente nas reprises de A Viagem (1994), exibida no Vale a Pena Ver de Novo, e Terra Nostra (1999), que substituirá História de Amor (1995) na faixa Edição Especial, nas tardes da emissora.
O veterano comentou sobre a presença simultânea em duas novelas da casa. “Talvez o trabalho do ator seja um dos poucos que permitem essa alegria de transitar por universos tão diferentes, de uma obra para outra, o que é extremamente estimulante para nós — e acredito que também para quem gosta de acompanhar novelas”, disse ele.
O artista também destacou o papel das reprises para a valorização do ofício do ator. “Sem as reprises, o público talvez tivesse um pouco menos de percepção das diferenças entre os trabalhos de um ator. Com as reexibições, surgem oportunidades como essa: assistir, ao mesmo tempo, a dois personagens com características tão contrastantes”, afirmou. Nas tramas, ele interpreta Otávio em A Viagem e o fazendeiro Gumercindo em Terra Nostra.
Em Terra Nostra, Antonio Fagundes vive o dono de uma fazenda de café em decadência, que contrata imigrantes italianos para retomar a produção. Acostumado a ser obedecido, o personagem enfrenta resistência ao lidar com trabalhadores que reivindicam seus direitos. O ator revelou que estava intensamente envolvido com a cultura italiana durante o período da novela.
“Por coincidência, eu vinha de um longo trabalho com um autor italiano, Dario Fo (1926-2016). Fiz uma peça dele no Brasil chamada Morte Acidental de um Anarquista, que ficou sete anos em cartaz. E, quando Terra Nostra estava em montagem, eu estava em cena com o espetáculo Últimas Luas, de outro autor italiano igualmente importante, Furio Bordon”, disse.
O veterano guarda com carinho as memórias de Terra Nostra. “Guardo apenas boas lembranças dessa novela. O elenco era maravilhoso e o ambiente das gravações, muito harmonioso. Repeti a parceria com a querida Debora Duarte, com quem já havia feito par romântico em Corpo a Corpo (1984). Foi muito bom reencontrá-la nesse projeto. Também tínhamos o querido Raul Cortez (1932-2006), Maria Fernanda Cândido, Angela Vieira… Era muita gente boa”, concluiu.


